sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Incontinência urinária atinge 150 mil

Pelo menos 150 mil pessoas sofrem de incontinência urinária em Curitiba, o que representa quase 10% da população da cidade. No Paraná, são 900 mil pessoas com a doença, entre homens, mulheres e crianças. A doença é caracterizada por perdas involuntárias de urina - a pessoa urina "sem querer". Estas perdas podem começar com gotas até chegar a perdas totais. Ir ao banheiro com muita frequência também pode ser um sinal da doença.
Dados da organização Mundial da Saúde (OMS) afirmam que no Brasil, em cada quatro pessoas que apresentam a doença, três tem menos de 65 anos - a maior parte delas são mulheres. A incontinência urinária pode surgir por causa da fragilidade do períneo - musculatura que envolve a vagina, o ânus, o intestino, o útero e a bexiga.
Nas mulheres, essa fragilidade da musculatura pode ser causada por partos inadequados feitos com bebês muito grandes ou gêmeos. Além disso, há pessoas que têm predisposição genética para a doença.
Outra causa provável seria a menopausa, período em que a musculatura da mulher pode ficar mais flácida. Doenças neurológicas, prisão de ventre, pressões no abdômen e infecções urinárias também podem causar incontinência. Para a fisioterapeuta e especialista em uroginecologia Maura Seleme, a incontinência urinária não só causa desconforto e incômodo, mas também pode chegar a excluir o doente do convívio social. Ela afirma que as pessoas sentem-se envergonhadas, ficam deprimidas e não procuram um médico. " Tive vários pacientes que deixaram de executar diversas atividades por causa da doença", explica. Os homens também podem sofrer com a incontinência urinária, principalmente após uma cirurgia de próstata ou de bexiga.
Tratamento
De acordo com Maura, o principal tratamento para prevenir a incontinência urinária é a mudança de comportamento. Técnicas de reeducação do corpo e exercícios abdominais são os primeiros passos. " No Brasil ainda não há uma preocupação muito grande com este problema", lamenta. Além da atenção especial ao períneo, o tratamento é feito com medicamentos e cirurgias, e é bem fácil quando detectado a tempo.
O que fazer para prevenir a incontinência urinária
• Fortalecer o períneo com exercícios abdominais adequados.
• Prevenir a prisão de ventre com uma alimentação saudável.
• Durante a gravidez, fazer uma boa preparação para o parto - aprender a relaxar o períneo para a expulsão do bebê.
• Urinar a cada três ou quatro horas, no mínimo.
Mal ocorre em pessoas de todas as idades
Existem vários tipos de incontinência urinária. O primeiro é a incontinência provocada pelo esforço feito com uma tosse, um espirro ou com exercícios físicos constantes. A incontinência urinária por urgência acontece quando a pessoa não consegue "segurar" a urina até chegar ao banheiro. Este tipo ocorre principalmente em pessoas idosas ou com dificuldade de locomoção. Há ainda incontinência por transbordamento, que acontece quando o paciente perde urina em quantidades pequenas e não esvazia totalmente a bexiga.
Gravidez
De acordo com Maura, é normal urinar com mais frequência durante a gestação. Estas perdas de urina podem acontecer no final da gravidez ou nos dois primeiros meses após o parto. Mas se depois de dois meses o problema persistir, é recomendável procurar um médico. "Há perigo quando há ardência ou mal cheiro ao urinar", explica Maura.

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